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quarta-feira, 16 de março de 2011

Ótimos comentários sobre a ilusão do Carnaval

Apesar do Carnaval ter ficado para trás, vale a pena ler os artigos de Michelson Borges que estão abaixo (com vídeo) sobre a festa e prazer ilusórios.

Enquanto o mundo volta a atenção para o Japão com piedade e preocupação, no Brasil, o desfile de encerramento do Carnaval levou mais de 500 mil pessoas para o centro do Rio de Janeiro, neste domingo. Segundo o site de notícias do iG, “o desfile começou por volta das 9h. No repertório, composições que transitaram do samba ao funk. Ao todo 12 blocos programaram seus desfiles para este domingo, entre eles, o Galinha do Meio-Dia (zona sul), Vai Tomar no Grajaú e Quem Vai, Vai, Quem não Vai não Cagueta (ambos na zona norte).

Nesta segunda-feira (14), a prefeitura apresenta o balanço geral do carnaval carioca, que, de acordo com a Riotur, teve recorde de foliões nas ruas e turistas na cidade”.Foram às ruas comemorar o fim do Carnaval e não se dão conta de que quem está no fim é este mundo...Quem assistiu ao programa especial “Tragédias”, da TV Novo Tempo, na tarde de sábado (possivelmente haverá outro especial na próxima sexta-feira), pôde constatar por meio das enquetes feitas nas ruas de São Paulo que o povo de modo geral anda tão desapercebido que não se dá conta do tempo em que vivemos.

Alguns chegaram até a afirmar que os terremotos são causados pelo ser humano! Outros não veem relação entre essas tragédias e a volta de Jesus. Curiosamente, há até cristãos tentando tapar os sinais com a peneira do ceticismo, afirmando que “terremotos sempre existiram”. Sim, abalos sísmicos sempre existiram (pelo menos depois do dilúvio), mas a frequência e intensidade deles nos últimos anos assusta – mesmo aqueles que creem na revelação de Mateus 2:7.Antes de o dilúvio subverter a face da Terra, homens obstinados também tentaram racionalizar as predições divinas.

Ellen White escreveu: “O mundo antediluviano raciocinava que durante séculos as leis da natureza tinham estado fixas. As estações, periódicas, tinham vindo em sua ordem. Até ali nunca havia caído a chuva; a terra era regada por uma neblina ou orvalho. Os rios jamais haviam passado os seus limites, mas com segurança tinham levado suas águas para o mar. Imutáveis decretos tinham impedido as águas de transbordarem. Mas tais raciocinadores não reconheceram a mão dAquele que conteve as águas dizendo: ‘Até aqui virás, e não mais adiante’ (Jó 38:11)” (Patriarcas e Profetas, p. 96, 97).

A verdade é que quase ninguém mais fala do tsunami que varreu a Ásia em 2004. Pouco se comenta sobre a mortandade causada pelo terremoto no Haiti, no ano passado, e dos estragos causados pelos terremotos no Chile. E daqui a pouco a tragédia ocorrida no Japão também será história (exceto para os familiares das milhares de vítimas e para os desabrigados e traumaizados). Assim é o ser humano: tenta viver a “normalidade” num mundo anormal. Assim aconteceu também com os antediluvianos: “Passando-se o tempo, sem qualquer mudança aparente na natureza, os homens cujo coração tinha por vezes tremido pelo receio, começaram a refazer-se. Raciocinavam, como muitos fazem hoje, que a natureza está acima do Deus da natureza, e que suas leis são tão firmemente estabelecidas que o próprio Deus não as pode mudar” (Ibidem, p. 97).

Vou repetir a estrutura textual com a qual comecei esta postagem: enquanto o mundo voltou a atenção para os países árabes nos quais multidões foram às ruas para exigir mudanças políticas e maior liberdade, no Brasil, além da festa de encerramento do Carnaval, chamou a atenção da mídia a “pedalada pelada”. Mais de 200 ciclistas participam do evento nas ruas de São Paulo, na noite de sábado (12).

A manifestação reuniu homens e mulheres. Eles pedalaram nus, com roupas íntimas, em trajes de banho ou com os corpos pintados, e pediram melhores condições para o uso de bicicletas no trânsito da capital paulista. O que queriam? Chamar mais atenção do que os tsunamis? Competir pelo espaço nos noticiários? Que momento mais inapropriado! Que maneira mais baixa de atrair as câmeras (embora o motivo até possa ser justo)!Carnaval e nudismo. É isso que temos a oferecer? Anestésicos e piadas, enquanto o mundo desaba ao redor? Depois reclamamos pelo fato de este país nem sempre ser levado a sério. Chega de viver de maneira irrefletida. Chega de manter a ilusão de que o mal e as tragédias sempre existiram, então “tudo bem”. Chega de distrações como Carnaval, novelas, BBBs e outras banalidades não raro imorais. Precisamos acordar e já! Precisamos de um reavivamento e uma reforma urgentes. Jesus tem pressa de voltar. Michelson Borges

P.S.: Não estou sozinho em minha indignação contra a futilidade do Carnaval. Assista ao comentário corajoso e oportuno da jornalista paraibana Raquel Sherazade.


A devassidão virou piada no país do carnaval

Imagine a cena: na sala de estar, a família assiste ao telejornal, quando, no intervalo, aparece a propaganda de uma marca de cerveja. A filha pequena acompanha com olhos curiosos e depois pergunta:

- Pai, o que é devassa?

O pai, tentando encontrar a melhor definição, apela para o dicionário:

- É uma pessoa depravada, dissoluta, libertina, licenciosa.

- E o que é uma pessoa depravada e libertina

- volta a perguntar a filha.

A coisa fica complicada.

O pai fecha o dicionário e tenta sozinho, medindo as palavras:

- É alguém que não se comporta bem... “Fica” com muitas pessoas, faz sexo sem compromisso. Essas coisas.

- A Sandy não era uma boa moça de família?

- Creio que sim.

- Ela não é casada?

- Sim, filha, a Sandy é casada.

- A Sandy é devassa?

O pai pensa um pouco, procura acompanhar a lógica da filha, coça o queixo e reponde com certa insegurança:

- Não. Acho que a Sandy não é devassa. Pelo menos acho que nunca foi.

- Então por que ela fez esse comercial que diz que todo mundo tem um lado devassa?

- Não sei. Talvez pelo dinheiro. Talvez por brincadeira. Sei lá.

- Posso brincar de ser devassa também?

No país do carnaval, quando a nudez e a baixaria viram brincadeira, por que não brincar com a devassidão? Por que não minimizar a imoralidade considerando normal o bizarro e o indecente? Os pais que se virem para explicar essas coisas para os filhos.Não sei o que passa na cabeça da Sandy; se ela fez o comercial por “brincadeira” ou por dinheiro (será que precisa?).

Não sei se ela cansou de vez da imagem de garota “certinha”. O fato é que a campanha publicitária da cerveja está dando o que falar. Virou motivo de piada no Twitter e permaneceu alguns dias nos Trend Topics como tema mais comentado (“A Sandy é tão devassa que um dia passou em frente à casa da Wanessa Camargo, tocou a campainha e saiu correndo!”, foi um dos melhores #sandyfacts que surgiram na rede social). Segundo os publicitários da agência responsável pela campanha, a intenção era justamente esta: criar repercussão e polemizar. Conseguiram.

Em entrevista ao programa Conexão Direta do canal GNT, exibido em dezembro de 2003, Sandy disse que não gostava de cerveja: “Eu não gosto do gosto de cerveja. Não importa se é com álcool ou sem álcool. Acho amargo a cerveja. Gosto de bebidas mais docinhas.” Em resposta a essa incoerência, Sutton, sócio e diretor de criação da agência que criou a campanha, alfineta: “Será que a Juliana Paes toma Antarctica?” Segundo ele, é sabido que a Sandy não é uma bebedora de cerveja ou alguém que frequente baladas. “O conceito [nessa campanha] é mostrar que a Devassa é democrática, que até alguém que não é fã de cerveja deveria tomá-la. Nosso objetivo é conquistar novos consumidores”, diz Sutton.

Se o objetivo é mostrar que até quem não é fã de cerveja pode tomar a bebida, fica também a ideia de que mesmo quem não é devasso pode experimentar a devassidão, ainda que seja de vez em quando – no carnaval apenas, quem sabe?

Nesta semana, foi noticiado que metade dos homens tem o vírus HPV, cujo contágio se dá principalmente por via sexual. O HPV é em grande parte responsável pelo câncer de colo de útero, entre outros. A aids ainda ceiva milhares de vidas que se envolvem em sexo inseguro (como se houvesse sexo seguro fora dos limites estabelecidos pelo Criador do sexo). Pesquisa realizada anos atrás indicou que jovens envolvidos com sexo sem compromisso e sem romantismo desenvolvem depressão, baixa autoestima e até anorexia. Ficou provado que ninguém gosta de se sentir um objeto de prazer. Outra pesquisa indicou que metade dos brasileiros se diz insatisfeita com sua vida sexual, embora se apregoe na mídia em geral que o Brasil é um país “fogoso” e as revistas femininas só falem de sexo. Parece que o problema não está na quantidade.


Anos atrás, também, a revista Criativa afirmou em nota que o jogador Kaká é “sem graça” porque resolveu casar virgem. Engraçados são os jogadores devassos, que se envolvem com travestis, casam e descasam como quem troca de roupa?

A Sandy que me desculpe, mas ao emprestar sua imagem para uma marca de cerveja que promove a devassidão como se fosse brincadeira acabou prestando grande desserviço a uma geração carente de valores e que caminha para a falência moral.

Esse cenário devasso foi profetizado há muitos anos nas páginas da Bíblia Sagrada. E meu único consolo está em saber que logo isso terá fim e iremos morar num lugar em que as pessoas serão vistas como filhos e filhas de Deus, não como pedaços de carne em exibição no açougue carnavalesco da devassidão. (Michelson Borges )

Nota 1: O diálogo acima entre pai e filha é fictício, mas a história a seguir é real: num dos raros dias em que nos sobra um tempinho para isso, estávamos assistindo ao telejornal, quando, no intervalo, surgiu a “Globeleza” sambando completamente nua. Minha filha se espantou: “Pai, ela está pelada!” Imediatamente desliguei a TV e não a liguei mais desde então (pelo menos até que a palavra “carnaval” não mais esteja nos noticiários e nos comerciais). À medida que o tempo passa, fica mais difícil criar os filhos neste mundo e prepará-los para a cidadania celestial. Quem puder, fuja das cidades nesta época. Minha família já está com as malas prontas.[MB]

Nota 2: Segundo estudo do Instituto Sensus feito em 2004 em todo o Brasil, 57% dos brasileiros não gostam de carnaval e somente 21% pretendiam brincar nas ruas ou viajar para brincar no carnaval. A pesquisa mostrou ainda que 49% dos brasileiros queriam descansar em casa no feriado e apenas 6% pretendiam viajar. Outra pesquisa, realizada no Espírito Santo pelo Instituto Futura, em 2011, entrevistou 408 pessoas e mostrou que mais de 60% dos capixabas não gostam dos dias de folia. Os principais motivos para rejeitarem a festa é que 17,3% preferem tranquilidade à agitação dos blocos e desfiles de escolas de samba, enquanto 14,5% reclamam do aumento da violência no feriado. Só que a mídia faz todo mundo pensar que carnaval e devassidão são manias nacionais. Não caia nessa.[MB]

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