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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O custo da convicção

Há um bom tempo li um famoso livro chamado Em seus passos, o que faria Jesus?, de autoria de um pastor evangélico norte-americano chamado Charles Sheldon, falecido em 1946, considerada a nona obra literária mais vendida em toda a história. Recentemente, vi o filme produzido totalmente com base na obra e relembrei da temática abordada. Enfoca basicamente a possibilidade de pessoas cristãs comuns viverem em seu cotidiano a realidade de, antes de cada decisão, refletir sobre o que Jesus faria naquela circunstância. Chamou-me a atenção o fato de uma proprietária de jornal recusar a publicação de notícias que não condiziam com seus princípios ou mesmo de um jovem músico que abriu mão de compor canções que afastariam os jovens de Deus.

Isso me levou a pensar seriamente no custo da convicção. Há um preço a ser pago em nome de princípios que são defendidos. Na história, quem acreditou em algo não passou incólume aos esforços de opositores para destruir sua firmeza. Poderíamos citar rapidamente os idealistas Galileu, Gandhi, Luther King Jr., entre tantos outros. Lutaram porque efetivamente criam em algo e deixaram indubitavelmente suas marcas nas gerações que se sucederam em diversas áreas do conhecimento e da relação humana. Mas sofreram também. Nem sempre o caminho da sua argumentação foi nivelado, sem percalços.

Ouvi um jovem profissional dizer que não perde uma oportunidade de testemunhar de sua fé. No dia de sua formatura, todos os colegas, sem exceção, sabiam que ele era adventista do sétimo dia e no que acreditava ou deixava de acreditar. Os riscos e implicações de ter atitude precisam ser bem avaliados, pois me parece que hoje muitos desejam estar convictos, mas será que entendem realmente o que é a convicção na prática?

Ao ver os exemplos da Bíblia, que é minha referência, consigo compreender um pouco mais acerca do que significa ter convicções e mantê-las em toda e qualquer situação. Além de Jesus, que morreu na convicção plena de salvar o mundo do pecado, outros momentos da narrativa bíblica me ajudam a pensar que poderíamos identificar ao menos três repercussões de se ter convicções, especialmente as que dizem respeito a princípios.

Convicção implica conhecimento acerca do que se crê – Faça um teste com um amigo. Pergunte a ele por que acredita em determinado dogma ou conceito filosófico. Você mesmo pode refletir acerca do que você sabe sobre suas próprias crenças. Vale a pena pensar no que está registrado no livro de I Pedro 3:15, onde é dito que “…Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. Mudar de opinião não é errado, pelo contrário, demonstra humildade. Mas o importante é que se você, de fato, crê em determinado conjunto de doutrinas, por exemplo, que saiba o motivo de recomendá-las a outros.

Convicção implica nem sempre agradar a todos – Atualmente muitos são levados pelas ondas das teorias compartilhadas pela maioria. Ou seja, se o grande grupo decide algo, com ou sem consenso, então vamos seguir este tipo de ideia, mesmo que, no fundo, vá de encontro ao que pensamos. Cristãos baseados na Bíblia deveriam deixar claras que suas convicções têm origem e fundamentação naquilo que a Palavra de Deus revela, portanto nem sempre isso será agradável a todos. Claro que a maneira de se expressar deve ser a mais cordial, bondosa e amorável possível, mas sem perder o enfoque no conteúdo. Em situações que exigem tomada inevitável de decisão, a partir de princípios, talvez ser considerado um “não enquadrado” no grupo pode ser a consequência.

Convicção implica transmitir com intensidade a quem nos rodeia – Este é um ponto importante, porque quem é convicto de algo consegue “vender” este conceito com maior facilidade. Imagine um comerciante que não acredita no potencial dos produtos que oferece, um professor que desacreditou da relevância do aprendizado e do estudo ou qualquer outro profissional que não se convenceu do que faz. Convicção é algo muito real ao lermos textos como o de Atos 4:31 onde é dito, a respeito dos discípulos pós-Pentecoste, que “tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos. E todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus”.

Convicção, na verdade, pode ter íntima relação com outra palavra que é mais peculiar no meio religioso: conversão, ou seja, mudança de rumo. As duas ideias precisam andar unidas. Alguém convencido precisa necessariamente, em dado momento, converter-se e sentir que a mudança em sua vida não passa apenas pelo discurso, mas chega à prática. Se alguém tem dúvidas, leia sobre Jesus Cristo. Afinal de contas, é em seus passos que precisamos andar.

Felipe Lemos Jornalista / advir.com.br

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