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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

DIGITAIS DO CRIADOR


Imagine um cabo de aço capaz de frear um avião em pleno vôo. Um fio capaz de sustentar toneladas e, ao mesmo tempo, flexível como borracha. Esse é o sonho dos produtores de fibras industriais. O kevlar tenta chegar perto, mas fica longe. É uma fibra artificial usada na fabricação de cintos de segurança, cordas, em construções aeronáuticas e coletes à prova de balas. Além de não ser tão forte a ponto de segurar um avião, o kevlar tem que ser fabricado com temperaturas altas e solventes orgânicos. Mas existe uma seda natural que é produzida em temperatura ambiente usando água como solvente e que, essa sim, se tivesse a espessura de um lápis, seria capaz de proezas muito maiores do que as conseguidas com as fibras artificiais. Que seda é essa? A teia de aranha.

A teia de aranha é tão fina que o olho humano quase não a. E quando falamos em elasticidade, não estamos brincando! Um fio comum de seda de aranha é capaz de se estender por até 70 km sem se partir sob o próprio peso! E pode ser esticado até 30 ou 40% de seu comprimento, sem se quebrar, enquanto o nylon suporta apenas 20% de estiramento.

A fabricação da teia é uma maravilha à parte. É quando a aranha esbanja engenhosidade. A aranha começa estendendo os grandes “eixos de sustentação” da teia e, a partir daí, vai unindo esses fios de suporte e preenchendo os espaços vazios com fios radiais, originando uma estrutura geométrica muito forte. Como ela aprendeu a fazer isso?

Aimeé Cunningham escreveu na revista Science News: “Os cientistas gostariam de aplicar as propriedades [da teia] em produtos que vão de coletes à prova de balas a cabos para pontes suspensas.” Cientistas inteligentes e com tremenda tecnologia à mão ainda não conseguem imitar a “sabedoria” e engenharia das aranhas...

“É uma lição de humildade saber que tantas pessoas inteligentes estão tentando imitar o que as aranhas no porão das casas fazem de modo tão natural”, disse a bióloga Cheryl Hayashi, na revista Chemical & Engineering News.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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